O mundo do desporto, sobretudo do desporto masculino, é um bom exemplo
da discriminação a que os gays
continuam a ser sujeitos. São os vários os casos em que os atletas se veem
obrigados a ocultar a sua orientação sexual. Às vezes com consequências
trágicas. Deixamos alguns exemplos de seguida.
Justin Fashanu, nascido em Fevereiro de 1961, foi um avançado de sucesso no Nottingham Forest, mas a sua carreira viu uma grande reviravolta quando, em 1990, assumiu publicamente a sua homossexualidade. Numa entrevista concedida ao jornal “The Sun” apareceu deitado na relva, de tronco nu, assumindo ter tido casos com elementos do Parlamento inglês. O contrato que tinha na altura só durou mais uma época e o treinador acabou por despedi-lo, referindo que a sua contratação tinha sido um erro. Como se não bastasse, foi abandonado pelo irmão, os amigos de infância deixaram de comunicar com ele e a “comunidade negra acusou-o de ser uma afronta”. Para além disso, alguns dos colegas passaram a recusar partilhar o balneário. Justin admitiu que certos companheiros da equipa faziam, com frequência, piadas maliciosas e outras ofensas sobre a sua orientação sexual. Em 1998 Fashanu foi acusado de violação de um menor, mas nada ficou provado. Refugiou-se, então, num convento em Leicestershire, até que acabaria por se suicidar. Antes do final trágico, deixou uma carta: “Não quero mais ser uma vergonha para os meus amigos e para a minha família. Espero encontrar finalmente a paz”.
O
ex-nadador australiano Ian Thorpe, dono de cinco medalhas olímpicas de ouro e
11 vezes campeão do mundo, assumiu a sua homossexualidade após anos de
especulação em torno do assunto. Este admitiu ter entrado em depressão por ter
de esconder a sua orientação sexual.
Thorpe
conquistou três medalhas de ouro em Sydney, em 2000, e duas em Atenas, em 2004,
e outras 11 em Mundiais de natação. Chegou a retirar-se aos 24 anos, mas voltou
a tentar a classificação para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, embora
sem sucesso.
A
partir daí, começou a sofrer de uma forte depressão, chegou a ser encontrado
desnorteado pelas ruas de Sydney. Um dos motivos que o levaram a esse estado
teve a ver com a facto de não conseguir continuar a viver ocultando a sua
orientação sexual.
O basquetebolista Jason Collins assumiu a sua
homossexualidade, sendo o primeiro desportista norte-americano em atividade de
uma grande competição a fazê-lo: «Sou um poste da NBA de 34 anos. Sou negro e
sou gay».
Collins jogou 12 temporadas na Liga Norte-Americana de
Basquetebol (NBA) em seis equipas diferentes, tendo representado os Bolton
Celtics e os Washington Wizards numa só época.
O atleta, que ajudou
a equipa dos New Jersey Nets a chegar à final da NBA em 2002 e 2003, garantiu
não ter tido a intenção de ser o primeiro desportista de uma grande equipa a
assumir a homossexualidade.
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