sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

. O rapaz que nasceu no dia mundial da dança


Numa sociedade machista onde os homens são normalmente associados à virilidade e as mulheres à sensibilidade, é necessária alguma coragem para romper com o preconceito que leva os jovens a pensar que algumas modalidades estão destinadas aos rapazes e outras às raparigas. Exemplo disso mesmo é Marcelino Sambé, um jovem extraordinário que tem vindo destacar-se no domínio do ballet. Marcelino tem 20 anos e a crítica aos seus pés. Prémios para comprovar que é um talento confirmado não faltam no seu currículo. A mais recente distinção surgiu agora, ao ser considerado como uma das dez pessoas a seguir em 2015 pelo “The Independent”. Sambé é uma das figuras a não perder de vista, diz o jornal britânico, que o coloca ao lado de Maisie Williams, atriz de “A Guerra dos Tronos”, Eliza Robertson, escritora, e Elektra KB, artista.
Filho de mãe portuguesa e pai guineense, começou a dançar por volta dos seis anos num centro comunitário, nos arredores de Lisboa. Na altura, não foi logo ter aulas de ballet. Entrou para um grupo de danças africanas. Entretanto abriu um centro comunitário perto de sua casa, onde começou a dançar. Ao ver Marcelino, a psicóloga do centro sugeriu-lhe que fosse a uma audição na escola de dança. Tinha nove anos quando entrou para o Conservatório.
Passo a passo, todos os olhos se foram voltando para Sambé. Após ter estudado no Conservatório de Dança de Lisboa e na Royal Ballet Upper School, entrou na companhia britânica Royal Ballet de Londres em 2012, onde permanece até hoje. Já participou em espetáculos como “Yondering”, de John Neumeier, e “Simple Symphony”, de Alastair Marriott”, entre outras coreografias.
Segundo os críticos do jornal britânico “The Independent”, que o elegeu como uma das dez figuras mais promissoras do mundo das artes para 2015, Sambé “é o tipo de bailarino que chama a atenção em todos os detalhes”. É ainda um “promissor coreógrafo, selecionado pela Youth Dance England e a criar trabalhos para o programa Draft Works do Royal Ballet”, escreveu o jornal sobre o português.

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